A Prefeitura de São Paulo anunciou que irá substituir as empresas Transwolff e UPBus em contratos de concessão de transporte público na capital paulista. As empresas são alvo de investigações de lavagem de dinheiro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo decreto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), no fim do ano passado, as empresas foram convocadas a apresentarem suas defesas diante das acusações. Passado o prazo, segundo a gestão municipal, as defesas não foram acolhidas e, por isso, serão substituídas. Ainda não há prazo para as mudanças nem quando será aberto processo de contratação de novas empresas.
Em nota, a Transwolff repudiou as acusações e afirmou que “a empresa e seus dirigentes jamais mantiveram qualquer relação com atividades ilícitas”. A UPBus não comentou.
Juntas, a Transwolff e a UPBus transportam ao menos 700 mil passageiros diariamente na capital paulista e recebem mais de R$ 800 milhões por ano de remuneração.
Em abril do ano passado, o Ministério Público deflagrou operação que prendeu o dono da Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, o sócio Joelson Santos da Silva e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da empresa. Elio Rodrigues dos Santos, secretário, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante as buscas.
Outro alvo da operação, Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola, é considerado uma liderança do PCC. Em 2022, ele foi apontado como dono de 56 ônibus da UPBus.
Em decorrência da operação, a prefeitura declarou intervenção nas empresas, e as linhas passaram a ser geridas por funcionários da municipalidade. A medida continua válida, segundo a gestão municipal.