O trânsito diminuiu em todos os horários de pico da região metropolitana de São Paulo entre 2017 e 2023. A redução foi mais acentuada ao meio-dia e às 18h, que concentram os deslocamentos associados ao horário de almoço, às saídas do trabalho e à movimentação de universidades.
A mudança foi captada pela pesquisa Origem e Destino, a OD, do Metrô de São Paulo, e está na direção contrária da tendência até o período pré-pandemia.
A edição anterior da mesma pesquisa, em 2017, havia apontado a consolidação do meio-dia como horário com maior pico de deslocamentos na metrópole. Agora é o rush da manhã, com ápice às 6h, que mantém-se acima das outras duas horas do dia com maior movimento de pessoas.
São mais de 4,4 milhões de viagens diárias iniciadas das 6h às 7h na metrópole. Esse número leva em conta qualquer tipo de deslocamento, por transporte público, carros particulares, motos, bicicletas ou a pé.
Seis anos antes, o pico da manhã chegava a 4,6 milhões de deslocamentos, e o do meio-dia, a 5,2 milhões de viagens. A região metropolitana perdeu cerca de 1,3 milhão de viagens no horário do almoço —segundo o Metrô, uma provável consequência da disseminação do trabalho a distância e do crescimento dos aplicativos de entrega de refeições.
Esse é o único horário do dia em que os deslocamentos a pé e de bicicleta superam as viagens de carro e do transporte coletivo.
Já o volume de trânsito no pico da noite —associado tanto à saída do trabalho quanto à movimentação nas universidades— ficou menor e também mais curto. Antes, o número de deslocamentos mantinha-se num patamar elevado por mais de uma hora entre as 17h e 18h. Agora, diminui mais cedo.
Os dados da pesquisa OD mostram que esse pico de trânsito hoje está muito mais associado à saída do trabalho do que ao estudo: os deslocamentos por estudo nessa parte do dia são menos da metade daqueles feitos pelos trabalhadores.
Da mesma forma, o horário de saída dos cursos noturnos das universidades também teve diminuição nos deslocamentos. Em 2017, mais de um milhão de viagens eram feitos durante o pico das 22h —hoje são 834 mil viagens.