Morte de ciclista gera protesto no Parque do Povo – 16/02/2025 – Cotidiano

Dezenas de pessoas se reuniram na manhã deste domingo (16) no Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, para cobrar reforço na segurança pública. O ato foi realizado em razão da morte de Vitor Medrado, 46, assassinado a tiros ao lado do parque na última quinta-feira (13).

No entorno do parque, ciclistas e frequentadores do parque fizeram uma caminhada em homenagem a Vitor. Organizadores do ato pediram que as pessoas usassem camiseta preta.

Amiga de Vitor, a psicóloga Beth Vilanova, 50, fez uma fala durante o ato em que pediu por justiça pela morte do amigo. Em entrevista a Folha, ela afirmou que ninguém aguenta mais o clima de insegurança.

“Vamos fazer disso um movimento. Ninguém aguenta mais, é basta. Todo mundo acha que aqui é um lugar seguro, mas aqui não é mais seguro”, diz.

Para ela, a morte de Vitor não pode passar batida. “O povo está triste, mas está indignado, cansado disso tudo.”

O músico Iberê Tanus, 50, diz que o assassinato de Vitor se soma aos outros problemas de segurança da região.

“Não tem policiamento, é só um cartão de visita, mas, sem segurança, não dá”, diz ele.”Não adianta colocar três viaturas da policiais, que depois somem.”

Frequentado do parque, o ciclista Rogério Freire, 48, diz que há um clima de insegurança no local há um bom tempo.

“Tentamos andar em grupo para evitar isso. Ficamos mais ansiosos. Não podemos usar o celular nos arredores, é uma questão absurda isso. Só pagamos impostos, mas não vemos resultados.”

Na sexta-feira (14), ciclistas fizeram uma homenagem a Vitor em frente ao parque. Eles deixaram rosas e lírios brancos sobre o local do crime.

Vitor dava aulas de ciclismo e costumava pedalar na região do parque.

Por volta das 6h10 de quinta (13), ele estava parado na calçada da rua Brigadeiro Haroldo Veloso, aparentemente mexendo no celular, quando dois homens chegaram em um moto e o abordaram.

Imagens mostram que a ação durou poucos segundos. Antes mesmo de a pessoa que estava na garupa descer da moto, o ciclista caiu no chão, baleado. O criminoso ainda o revistou e depois subiu na moto e fugiu.

Vitor chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

Segundo a polícia, Vitor foi atingido na região do pescoço. O caso foi registrado como latrocínio –roubo seguido de morte– no 14º DP (Pinheiros).

A Polícia Civil investiga se a dupla de ladrões é a mesma que baleou outra vítima em uma rua a cerca de três quilômetros de distância, por volta das 11h. A moto usada nos dois crimes tem a mesma placa —que é clonada.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública disse que analisava a relação entre os dois casos. “As diligências estão em andamento para identificar e prender os autores. O patrulhamento na região foi intensificado”, afirmou em nota.

O corpo do ciclista foi velado na manhã de sexta e seguiu para ser enterrado em Santa Luzia (MG), sua cidade natal.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil ainda não identificou os criminosos que mataram Vitor. Uma operação foi realizada em Paraisópolis, na tarde de quinta, com cães farejadores, mas ninguém foi preso.

A mulher de Vitor, além de duas testemunhas, devem ser ouvidas nos próximos dias, incluindo o médico que treinava no parque no momento do crime e prestou os primeiros socorros antes da chegada dos paramédicos.

A morte do ciclista é investigada por policiais do 15º DP (Itaim Bibi), do 3º Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado da 3ª Seccional), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).

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