A beleza de Lídia Piazza Baggio a fez ganhar o título nacional de Miss Bela do Brasil Terceira Idade. O ano foi 2001, mas bem antes disso ela já encantava as cidades de Vacaria e Antônio Prado, no Rio Grande do Sul, onde nasceu e cresceu. A costureira também fez história na cidade de Lages (SC), onde criou com o marido, em 1955, a loja de roupas Baggio, ainda em atividade.
Quando foram para Lages, a mudança tinha apenas um guarda-roupa, a cama e o fogão. Montaram ali a alfaiataria, levaram os irmãos e ampliaram o negócio, como conta a filha Marilu.
Lídia foi a filha do meio de Francisco Piazza e Adélia Lorenzi, família pobre que conseguiu montar um armazém de secos e molhados em Marcelino Ramos (RS), mas perdeu tudo num incêndio. Tiveram que pular das janelas em cima de uma carreta. Foram embora só com a roupa do corpo e recomeçaram em Antônio Prado, recorda a filha Mirna.
Foi lá que Lídia conheceu Lino, então soldado e também alfaiate. Casaram-se e foram para Lages, onde construíram sua família. As reuniões eram sempre fartas em comida italiana, como polenta frita, massa, tortei e sopa de agnoline.
Era conhecida pela simpatia, generosidade e disposição, sempre querendo agradar. Com sua elegância, ganhou o Miss Bela do Brasil Terceira Idade sem nunca ter feito um procedimento estético. “Era a beleza natural dela. Gostava de desfilar, pois a fez viver coisas diferentes”, conta a neta Fabiana.
Lídia adorava estar em família e não media esforços para reuni-la. Muito dedicada, calma, fazia tudo com carinho. “Deixou um grande exemplo de aceitação e fé”, destaca Mirna.
Marta ressalta que a mãe era muito querida. Tinha a casa sempre cheia e queria todos bem. “Cumpriu lindamente todos os seus papéis. Soube administrar a vida com muita sabedoria.”
“Amor, foi assim que ela se expressou na vida, sempre presente, atenta e disponível para todos”, resume Marilu.
Generosa, era procurada pelos clientes para desabafarem, como conta a filha Márcia. Nunca levantava a voz, sempre compreendendo e ajudando a todos. Na época de miss, era muito procurada para eventos, num tempo que dedicou a si mesma.
“Teve um concurso que ela ganhou por três vezes. Foi muito bela a vida toda.”
Lídia morreu em 11 de fevereiro, aos 95 anos, em decorrência do Alzheimer. Deixa quatro filhas, seis netos e quatro bisnetos.
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