O cuidado com as pessoas, fosse ele físico ou espiritual, sempre norteou a vida de Moacir Rodrigo Francisco de Paula.
Filho de pai farmacêutico e de mãe costureira, desde menino tinha a religiosidade sempre presente em sua formação, inclusive, estudou em um tradicional colégio de padres de Jundiaí, no interior paulista, onde passou a maior parte da vida.
Estudioso, também planejou ser médico. Chegou a passar em odontologia, mas desistiu. Matriculou-se em um cursinho pré-vestibular e acabou aprovado em medicina na Santa Casa de São Paulo.
Estudou na tradicional instituição de ensino católica e se tornou um conceituado ginecologista em sua cidade, onde seguiu carreira com atendimento hospitalar e em seu consultório.
Ainda jovem, conheceu Myriam. O casamento e a cumplicidade entre os dois durou mais de 60 anos. Da união nasceram três filhos, Michael, Marcel —esse ginecologista como o pai— e Marisol
“Meu pai sempre estudou muito, tanto sobre medicina quanto religiões”, afirma Michael, 51.
O doutor Moacir não parava. Quando não estava envolvido com o trabalho, disputava corridas de rua e jogava tênis três vezes por semana.
Viajou o mundo, conheceu a Europa praticamente inteira e foi para o outro lado do planeta, quando esteve no Japão e na China.
Em um exame de rotina, veio o alerta e o alarde. Naquele mesmo dia o médico teve de passar por um delicado procedimento cirúrgico no coração.
Era a hora de desacelerar. Moacir comprou uma casa em Ilhabela, no litoral norte, e deixou a vida corrida para trás.
Mas não abandonou a vontade de aprender nem a fé. Estudou teologia na vizinha Caraguatatuba e se tornou diácono.
Chegou a coordenar a pastoral da saúde de uma igreja de Ilhabela até o casal voltar para Jundiaí —na terra natal foi diácono na paróquia Beato Frederico Ozanam.
Também exerceu trabalhos filantrópicos na Faculdade de Medicina de Jundiaí, onde foi assessor espiritual. “Era um ‘médico-diácono'”, diz o filho.
Moacir era apaixonado por música, tanto que dois de seus filhos são musicistas. “Ele era um excelente pianista amador”, conta Michael, flautista e maestro —a irmã Marisol é violinista.
O piano sempre foi o mesmo desde a infância. Até que recentemente resolveu doá-lo e comprou um novo, que não teve tempo de estrear: O instrumento chegou dois dias depois de ele ter morrido.
Moacir Rodrigo Francisco de Paula morreu no último dia 9 de fevereiro, aos 77 anos, por causa de problemas no coração. Sua morte comoveu a comunidade católica de Jundiaí. Deixou a mulher Myriam, os filhos Michael, Marcel e Marisol, e cinco netos.
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