Walgreens, que já valeu US$ 100 bilhões, vai sair da Bolsa por US$ 10 bi

Menos de 10 anos após valer US$ 100 bilhões na Nasdaq, a rede de farmácias Walgreens Boots Alliance acaba de ser comprada pela firma de private equity Sycamore Partners por US$ 10 bilhões e vai sair da Bolsa para lidar com sua alavancagem.

O preço inicial será de US$ 11,45 por ação, um prêmio de 8% sobre o fechamento de ontem, podendo subir para US$ 14,45 a depender de uma monetização futura da dívida e de participações da empresa. 

O papel subia 5,7% no pre-market, após o anúncio na madrugada de hoje.

As companhias disseram que o acordo será concluído no quarto tri deste ano, e que haverá um período inicial de go-shop nos próximos 35 dias, durante o qual a Walgreens poderá buscar uma oferta melhor a seus acionistas.

Segundo a Bloomberg, o mercado estava cético em relação à capacidade da Walgreens de concluir o negócio, dada sua dívida de US$ 8 bilhões e outros US$ 22 bilhões em obrigações de arrendamento.

Fora da Bolsa, espera-se que a Walgreens tenha espaço para fazer seu turnaround sem se preocupar com seu preço de tela ou resultados trimestrais.

A negociação é o desfecho de quase uma década de declínio da Walgreens, e havia sido reportada pela primeira vez em dezembro pelo Wall Street Journal. 

Dez anos atrás, a rede de drogarias concluiu sua aquisição da europeia Boots Alliance e caminhava para se tornar um conglomerado de assistência médica, com um valor de mercado de mais de US$ 100 bilhões na Nasdaq e 12 mil lojas nos EUA.

De lá para cá, no entanto, tudo deu errado.

Enquanto os concorrentes avançavam no mercado de seguros, garantindo margens melhores nos medicamentos controlados, a Walgreens tentou crescer comprando clínicas de saúde.

Ao mesmo tempo, a venda de cosméticos e itens para casa recuou, com os consumidores passando a fazer mais compras online. 

Nos últimos anos, o CEO Tim Wentworth vinha fechando lojas e vendendo participações em negócios, um processo que a Sycamore deve continuar.

Stefano Pessina, que arquitetou o M&A com a Boots, foi CEO do conglomerado por anos. Ele possui 17% da empresa, manterá sua participação acionária e se comprometeu a reinvestir os recursos da venda no negócio.




Matheus Prado




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