Agentes da Polícia Científica esperam o dia escurecer para iniciar uma perícia detalhada em uma residência que pode ter servido como cativeiro para manter a adolescente Vitória Regina de Sousa, 17. Ela foi assassinada em Cajamar (SP). O corpo da jovem foi encontrado na última quarta (5).
A necessidade dos trabalhos ocorrerem no período noturno é para que o uso do luminol, uma substância que detecta sangue, surta mais efeito.
Um cão também será utilizado na análise pericial desta segunda-feira (10), conforme apuração da Folha. O animal é treinado para localizar manchas de sangue.
O local que será periciado pertence a um dos suspeitos de envolvimento no caso e está sendo preservado pela polícia.
Até agora, um homem foi preso sob suspeita de envolvimento no assassinato. Ele foi detido no sábado (8). Maicol Antonio Sales dos Santos teve o pedido de prisão temporária, por 30 dias, aceito pela Justiça no mesmo dia.
Procurada, a defesa dele disse que deve se pronunciar após analisar o inquérito.
Vitória desapareceu após sair do trabalho, em um shopping da cidade, no bairro Polvilho. Ela trabalhava como operadora de caixa em um restaurante e deixou o local por volta das 23h do dia 26 de fevereiro.
No ponto de ônibus perto do trabalho, ela encontrou uma amiga. Esta, em depoimento, afirmou que Vitória agia de forma estranha e ríspida antes de embarcar.
O trajeto da jovem para casa ainda exigia mais uma condução.
Vitória desceu e esperou num ponto o outro ônibus, quando percebeu a presença de dois homens. Com medo, ela avisou outra amiga por mensagem. Por volta da meia-noite, ela e um dos homens entraram juntos no coletivo.
Antes de deixar o veículo, ela tenta pedir uma carona para seu ex-namorado, Gustavo Vinicius Moraes, 25. Seu pai costumava buscá-la, mas o carro dele estava quebrado. Gustavo não respondeu, e Vitória tomou uma estrada de barro, sem luz, para sua casa.
Perto da residência da vítima, no bairro de Ponunduva, testemunhas afirmam que dois homens a perseguiam num Toyota Yaris. Eles estariam assediando a jovem. Por volta do mesmo horário, o veículo de Gustavo foi visto na vizinhança. Vitória não chegou em casa.
O relatório de investigação da Polícia Civil sobre a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, aponta divergências no depoimento do pai da jovem.
De acordo com o documento, o comportamento do pai de Vitória, Carlos Alberto de Sousa, chamou a atenção dos policiais.
Ele chegou a ser investigado, assim como todos os parentes e amigos próximos da jovem, disse Luis Carlos do Carmo, diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo). Mas os investigadores rapidamente descartaram seu envolvimento com o crime, afirmou o delegado. Por isso, ele nunca chegou a ser considerado suspeito.
O advogado do pai da jovem, Fabio Costa, afirma que ele não tem envolvimento algum com o crime e que esse relatório de investigação é preliminar e a “autoridade policial foi precipitada”. O defensor ainda disse que seu cliente não foi ouvido formalmente pela polícia.