Adriana Bragança Dias da Silva deu uma de suas últimas festas temáticas inspirada em “Alice no País das Maravilhas”. O vestido azul com plumas vermelhas foi escolhido para, em um só traje, encarnar tanto a Alice quanto a Rainha de Copas.
Sonhadora e alegre como a protagonista de Lewis Carroll, Adriana quis representar também seu lado forte e pragmático tão necessário para o caminho que escolheu, o de fazer justiça.
Tornou-se procuradora do estado do Rio de Janeiro aos 23 anos, sendo a mais jovem de sua época a conquistar tal posição. A dedicação à carreira fez dela uma das principais vozes da advocacia pública no Brasil.
Exerceu diversas funções de liderança, incluindo a presidência da Aperj (Associação dos Procuradores do Estado do Rio de Janeiro) entre 2020 e 2024.
Foi também vice-presidente regional da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, além de ter presidido a Comissão de Advocacia Pública da OAB-RJ.
A advocacia pública não era apenas sua profissão, mas sua paixão. A Aperj destacou sua atuação durante a pandemia de Covid-19, período em que Adriana se esforçou para manter a conexão com os associados.
Se a obstinação era uma marca da trajetória profissional, criatividade, alegria, generosidade e leveza são traços destacados por quem conviveu de perto com ela. Mas se fosse para escolher uma só característica, Adriana seria definida pela intensidade.
Desde conquistar seu lugar na Procuradoria do Estado, reformar o apartamento dos seus sonhos, até planejar cada detalhe do casamento na Igreja de São José, no centro do Rio de Janeiro, ela viveu tudo intensamente, conta o marido João Ricardo Barroca Mendes, 58.
“Essa paixão por celebrações refletia a forma como Adriana vivia intensamente cada momento, envolvendo amigos e familiares em experiências marcantes”, recorda Mendes.
No início de 2024, Adriana começou o tratamento de um câncer agressivo. Mesmo diante de um diagnóstico desafiador, manteve a dignidade e a fé, conta o marido. “Ela lutou muito, mas sempre com serenidade e esperança”, diz.
Católica, durante o tratamento, participou de momentos de oração e recebeu a comunhão até seus últimos dias. Ela morreu no dia 20 de setembro de 2024, aos 53 anos, cercada pelo carinho de parentes e amigos.
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