A família de Moïse Kabagambe chegou na manhã desta quinta-feira (13) à 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento de dois dos três acusados de espancar até a morte o jovem congolês em um quiosque da Barra da Tijuca, em janeiro de 2022.
O júri popular começou por volta das 12h.
O julgamento analisará a responsabilidade de Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca no crime. O terceiro réu, Brendon Alexander Luz da Silva, teve seu julgamento desmembrado do processo após um recurso da defesa, que ainda tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Maurice Mugeny, irmão de Moïse, criticou a defesa de Fábio e Aleson, que trabalham com a tese de legítima defesa.
“Como matam uma pessoa batendo com taco de baseball e falam que foi legítima defesa? Com as pernas e os braços amarrados, quatro pessoas em cima dele?”, indagou Maurice.
“Esperamos que a Justiça seja feita, que os criminosos paguem pelo que fizeram com meu irmão”, disse o completou o irmão.
Moïse era um dos 5 filhos de Lotsove Lolo Lay Ivone, 46, que, em 2022, tornou-se assistente de acusação do processo contra os acusados pela morte do filho. Na manhã desta quinta ela disse que está abalada e só irá se pronunciar após o julgamento
Moïse, que tinha 24 anos, foi brutalmente agredido na noite de 24 de janeiro de 2022, no quiosque Tropicália, onde trabalhava como freelancer.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, ele foi espancado com socos, chutes e golpes de taco de beisebol após cobrar por dias de trabalho não pagos. Imagens de câmeras de segurança mostraram que ele foi imobilizado, amarrado e continuou sendo agredido mesmo após perder a consciência.
Os réus Fábio e Aleson respondem por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, uso de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A advogada Flávia Fróes, que faz a defesa de Aleson Cristiano, afirmou que “a motivação das agressões que resultaram na morte de Moïse foi a defesa de um idoso que estava sendo covardemente atacado por ele”.
Já a advogada Hortência Menezes, que faz a defesa de Fábio Pirineus, afirmou que seu cliente “nunca teve a intenção de matar Moïse, mas agiu para proteger um idoso indefeso, ameaçado por horas”. Ainda segundo a defensora, “a morte de Moïse não teve qualquer motivação racial, xenofóbica ou trabalhista.
A defesa de Brendon Alexander nega as acusações.