Uma carta aberta endereçada às lideranças da COP30, assinada por um grupo de 260 organizações e especialistas, cobra mais transparência e medidas para impedir a influência de lobistas do petróleo nas negociações da cúpula climática das Nações Unidas que, neste ano, acontece em Belém.
De acordo com a carta, os resultados de COPs anteriores foram afetados pela “presença massiva, mas pouco visível, de lobistas de petróleo e outros setores econômicos com alto impacto no clima”. E, sem mecanismos eficazes de regulação, essas empresas “têm conseguido bloquear a implementação de medidas necessárias para reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, diz também o documento.
O documento, que pede a divulgação de declarações de interesse dos organizadores da cúpula e das delegações dos países participantes, foi enviado nesta segunda (17) ao presidente Lula (PT), ao presidente da COP30, André Aranha Corrêa do Lago, à CEO da cúpula, Ana Toni, e ao secretário-executivo da UNFCCC (Convenção da ONU sobre o Clima), Simon Stiell.
Organizações que lutam para combater a crise climática, como WWF, Greenpeace, Anistia Internacional e ISA (Instituto Socioambiental), estão entre os signatários do documento articulado pela Transparência Internacional.
Outra reivindicação da carta é que os critérios para escolher as próximas sedes do evento sejam aprimorados, evitando nações com governos autoritários, pouco alinhados ao combate das mudanças climáticas ou que tenham fortes laços com a produção de combustíveis fósseis —caso do Azerbaijão, país exportador de petróleo e gás, que sediou a COP29.
“Sem essas reformas, há o risco de que a diplomacia climática global permaneça um exercício vazio, incapaz de combater a crise mais urgente da atualidade”, afirma o documento.
Além da diminuição da emissão de gases do efeito estufa, o financiamento de ações para combater os efeitos das mudanças climáticas é um dos desafios que a cúpula deste ano deve enfrentar.
A COP30 acontecerá de 10 a 21 de novembro, em Belém. A cúpula de líderes, que reúne chefes de Estado e de governo, foi antecipada e ocorrerá em 6 e 7 de novembro na capital paraense.
