A AGU (Advocacia-Geral da União) busca restabelecer a interdição da circulação de pedestres no pátio do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, após a morte de um funcionário terceirizado na última quinta-feira (6). O trabalhador foi atropelado por um ônibus em uma área interna do terminal.
A decisão que permitiu a volta da circulação no pátio foi tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em janeiro deste ano, revertendo uma interdição que havia sido implementada em abril de 2024. Auditores fiscais do trabalho, que realizaram uma inspeção no local antes da liberação, haviam identificado riscos significativos de acidentes devido ao alto fluxo de trabalhadores e veículos na área.
Segundo a AGU, uma nova vistoria realizada em 31 de janeiro apontou que a concessionária Aena, responsável pelo aeroporto, não implementou as medidas de segurança recomendadas. Em nota, o órgão destacou que as providências sugeridas pelos auditores visavam evitar tragédias como a ocorrida em julho de 2023, quando outra funcionária morreu após ser atropelada na mesma região.
O recente acidente ocorreu em uma área diferente da que estava interditada anteriormente, mas reforçou as preocupações sobre a segurança no terminal. A AGU defende que a restrição de circulação seja retomada até que as condições de trabalho sejam adequadas e seguras para os profissionais que atuam no aeroporto, conforme noticiou o g1.
Relatórios técnicos que embasaram a interdição em 2024 destacavam que Congonhas opera em condição de “quase exaustão”, com alta demanda e limitações estruturais, o que compromete a segurança dos trabalhadores. Os auditores alertaram ainda que o aumento na oferta de voos impacta diretamente as condições de trabalho no local.
O acidente
A vítima do atropelamento trabalhava para a empresa Security Sata, responsável pela gestão dos ônibus do aeroporto. O acidente ocorreu quando um dos veículos, sem passageiros a bordo, realizava uma manobra de ré na plataforma. O funcionário chegou a ser levado ao Hospital Saboya, mas não resistiu aos ferimentos.
A concessionária Aena lamentou o ocorrido e afirmou estar prestando apoio à família da vítima, além de colaborar com as investigações. O caso foi registrado pela Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) de Congonhas.