Moradores do Crusp (conjunto residencial da da USP) estão deixando seus apartamentos em razão de problemas estruturais, principalmente infiltrações e mofo. Com as chuvas deste verão, a situação piora e até alagamentos são registrados.
Parte dos estudantes está sendo realocada em outros quartos pela Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento, responsável pela moradia. Outros, porém, abandonam suas unidades.
A USP afirma dar toda a assistência aos estudantes cujos apartamentos foram afetados. Segundo a instituição, está sendo feito o reforço da vedação das janelas para evitar as infiltrações de água, e a zeladoria dos edifícios também tem atuado prontamente na limpeza dos espaços e no auxílio aos residentes.
Mas não é bem isso o que está ocorrendo, diz Nara Silva, 21. A moradora do Crusp diz que a pró-reitoria está em silêncio. A janela do seu apartamento despencou durante um temporal na última semana, molhando seu colchão. Esse, porém, não é o único problema.
Lá, quando chove, infiltrações entram pelas lâmpadas, inundam o piso e propiciam o desenvolvimento de mofo no teto. Além disso, concreto despenca do telhado, sendo reformado pela reitoria em pleno período de tempestades, e suja a parte externa e interna da habitação. O mesmo é enfrentado por vários vizinhos.
Nara afirma que não foi apresentado prazo para solução do problema. Por isso, vai deixar o apartamento por conta própria. A estudante de letras mora no bloco F, esvaziado em razão desses contratempos.
Outros moradores buscaram abrigos em outros blocos ou foram embora do Crusp, sendo acolhidos na casa de amigos e familiares. Uma das que deixaram o espaço foi Ginneth Gomez, 40. Aluna de pós-graduação na USP, ela relata que sua habitação foi tomada por mofo, sendo impossível continuar no local.
A AmorCrusp (Associação de Moradores do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo) diz que a situação atual é reflexo direto das ações da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, “que não se preocupa em realizar as manutenções básicas na moradia e, quando as faz, o faz da pior maneira possível, como tem ocorrido na reforma da cobertura dos blocos, justamente no período de chuvas”.
Sobre isso, a USP diz que as reformas foram contratadas pela Superintendência do Espaço Físico da Universidade e têm apresentado bons resultados, embora tenham sido prejudicadas pela intensidade das chuvas no período.