A Beija-Flor de Nilópolis confirmou seu favoritismo e conquistou o título de campeã do Carnaval 2025, levando para a avenida um desfile em homenagem a um dos maiores nomes da escola e da história do samba: Laíla, morto em 2021, vítima da covid-19.
Com essa vitória, a Beija-Flor chega ao seu 15º título e continua como uma das maiores vencedoras da história, atrás apenas de Portela e Mangueira.
O desfile foi marcado por um enredo retratou Laíla como um griô, um guardião dos saberes e das tradições, destacando sua importância na trajetória da escola. A Beija-Flor encantou o público e os jurados com alegorias carregadas de detalhes luxuosos e beleza plástica. A revoada de beija-flores representando a eternidade do homenageado foi um dos momentos mais impactantes da noite. O carro tinha uma enorme escultura realista de Laíla, segurando suas contas.
O samba-enredo ressoou na Sapucaí com versos que exaltavam a conexão espiritual de Laíla e sua ligação com Xangô, orixá da justiça. Trechos como “Kaô, meu velho! Volta e me dá os caminhos” trouxeram ainda mais emoção para a apresentação, conquistando o público e reforçando a identidade marcante da escola.
A Beija-Flor também inovou em sua apresentação coreográfica, destacando os casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, seguindo um modelo que Laíla ajudou a consolidar ao longo dos anos.
O público, engajado pela despedida de Neguinho da Beija-Flor, 75, cantou o samba de ponta a ponta e comemorou as alegorias. A mais celebrada foi a reprodução do Cristo Mendigo.
A alegoria trazia a faixa “Do Orum, olhai por nós”. A original era “Mesmo proibido, olhai por nós”, referência à proibição da igreja católica à época. A alegoria de 1989 é considerada uma das maiores cenas dos desfiles.