Bomba no terminal Pinheiros: artefato pode ter usado timer – 12/03/2025 – Cotidiano

A explosão no terminal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12), pode ter sido causada por um artefato caseiro. Segundo especialista ouvido pela Folha, a detonação pode ter sido feita por meio de um timer, já que, nas imagens, é possível ver uma uma mulher correndo antes da explosão.

A concessionária que administra o terminal afirmou que, por volta das 5h30, duas sacolas foram deixadas por um homem em uma das plataformas do terminal. Uma delas gerou uma pequena explosão, que não deixou feridos.

Para o ex-comandante do esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Especiais da PM do Pará, César Mello, o explosivo era um artefato caseiro. “Não é um explosivo industrial, como uma granada ou um TNT, por exemplo. A construção foi bem simples, com uma fonte de energia de pilha de 12 volts, que ficou intacta após a detonação”, afirmou Mello, associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“Havia muito pouco explosivo, provavelmente pólvora, suficiente apenas para espalhar o material do interior da embalagem. Se houvesse uma quantidade maior de pólvora ou outro tipo de explosivo, as pessoas que estavam próximas teriam sido feridas”, afirmou o especialista.

Sobre o acionamento, Mello sugeriu três hipóteses. Uma delas seria a detonação com aparelho celular, o que ele descarta por causa do conhecimento exigido e pela falta de uma peça remanescente. A outra, algum tipo de sensor de movimento, que detonaria a bomba caso alguém tentasse mexer na mochila, por exemplo. A terceira, que julga mais provável, seria um timer.

“Um detalhe que chama a atenção é que a senhora que estava sentada se levanta e corre pouco antes da explosão, o que pode contribuir com a ideia de um timer que faz barulho pouco antes da explosão.”

A construção deste tipo de artefato, segundo Mello, é simples e amplamente difundida na internet. “Não acho que o objetivo do autor tenha sido o de ferir alguém, apenas de chamar a atenção”, afirmou o especialista.

SEGUNDO OBJETO DETONADO POR AGENTES

De acordo com a PM, duas sacolas foram deixadas no terminal. A primeira explodiu antes da chegada do Gate.

No local, o técnico explosivista foi equipado com o traje anti-fragmentação, fez aproximação e imagens fotográficas, bem como captação de imagens de raio-x do artefato, que não acionou. Ainda de acordo com o Gate, foi realizada intervenção através de um canhão disruptor. O agente conseguiu retirar a fonte de alimentação deixando artefato em segurança e separando todos os componentes.

Vitor Haddad, 1º tenente do Gate, afirmou que o segundo objeto era um artefato e tinha potencial explosivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *