O Tribunal de Justiça de Minas Gerais converteu, nesta sexta-feira (14), as prisões de Thiago Schafer Sampaio, 27, e Lucas Rodrigues Pimentel, 29, suspeitos de matar a jovem Clara Maria Venancio Rodrigues, 21, de flagrante para preventiva.
Com a decisão, os suspeitos podem permanecer presos por tempo indeterminado. A reportagem tentou contato com a defesa dos réus, mas não obteve retorno.
O pedido de conversão assinado pela juíza Alessandra de Souza Nascimento Gregório diz que, apesar de Thiago e Lucas serem réus primários, a presença de indícios de autoria e a gravidade dos fatos materiais justificam a prisão preventiva.
O corpo de Clara Maria foi encontrado na quarta-feira (12), enterrado sob uma camada de concreto ainda fresco em uma casa no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Segundo uma das testemunhas, Clara mencionou no dia do crime que iria até a casa de Thiago, seu ex-colega de trabalho, para receber uma dívida de R$ 400.
A decisão judicial aponta que, às 22h45, a vítima enviou uma mensagem informando que estava indo para casa após pegar o dinheiro, mas não respondeu a novas tentativas de contato. Preocupado com a demora, a testemunha começou a ligar para o celular dela. Às 2h42, recebeu uma mensagem dizendo que Clara estava bem e que retornaria em breve. No entanto, estranhou a forma como a mensagem foi escrita.
Após a notificação do desaparecimento, a polícia foi até a casa de Thiago. Inicialmente, ele negou envolvimento.
Entretanto, confessou após os investigadores sentirem um cheiro forte no pátio e e encontrarem o corpo de Clara sob o cimento fresco. Segundo o suspeito, a vítima foi estrangulada, e a motivação do crime seria a dívida financeira.
O suspeito também acusou dois colegas de trabalho de participação no homicídio. Um deles, Lucas Rodrigues Pimentel, confessou e foi preso junto com Thiago.
Thiago afirmou que se encontrou com Lucas cinco dias antes do crime para planejar a morte de Clara. Segundo ele, Lucas tinha uma desavença de longa data com a vítima.
Em depoimento, Thiago declarou que o crime ocorreu na noite de domingo (9), logo após Clara chegar à casa dele. Na segunda-feira (10), eles ocultaram o corpo da vítima em uma cova aberta no jardim da residência, cobrindo-a com cimento no dia seguinte.
O outro colega de trabalho, que não teve o nome divulgado, negou envolvimento. Ele foi conduzido à delegacia e posteriormente liberado. De acordo com a Polícia Civil, até o momento, não há provas de sua participação no crime.