Com o S&P e Nasdaq caindo, Trump culpa os ‘globalistas’

Com a correção em curso nos principais índices de Bolsa nos Estados Unidos, puxada principalmente pela guerra tarifária iniciada por seu governo, Donald Trump já achou quem culpar.

Os “globalistas”.

“Muitos [dos que reclamam] são países e empresas globalistas que não vão se sair tão bem,” Trump disse a jornalistas no Salão Oval ontem à tarde. “Porque estamos recuperando coisas que nos foram tiradas há muitos anos.”

Mais tarde, na mesma entrevista, voltou a usar o termo: “Fomos tratados de forma muito injusta como país. Nós protegemos todo mundo. Fazemos tudo por todos esses países, e muitos deles são globalistas por natureza.”

E ao falar sobre a queda nos mercados, uma terceira vez: “Acho que são os globalistas que veem o quão rico nosso país vai ficar e não gostam disso.”

Não que esse tipo de acusação vinda de Trump – e seus apoiadores – seja novidade. Desde seu primeiro mandato, o presidente tem rotulado seus oponentes como “globalistas”.

O problema é que o termo tem sido ligado a teorias da conspiração antissemitas.

Segundo a CNBC, o American Jewish Committee define o termo como “uma palavra codificada para se referir a judeus que são vistos como elites internacionais conspirando para enfraquecer ou desmantelar a sociedade ‘ocidental’ usando suas conexões internacionais e controle sobre grandes corporações.”

Trump também foi questionado se o adiamento de parte das tarifas sobre Canadá e México era uma resposta às turbulências do mercado. Negou.

“Não tem nada a ver com o mercado. Nem estou olhando para o mercado,” disse. “Sempre haverá uma pequena queda de curto prazo, mas os países e empresas que nos exploram não estão particularmente felizes com o que estou fazendo.”




André Jankavski




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