A professora mineira Lêda Brasileiro Teixeira Vale sempre foi uma mulher de iniciativa, e desde cedo mostrou essa característica tanto na sala de aula quanto na dedicação a trabalhos voluntários e atividades filantrópicas na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Nascida em Serra do Salitre (MG) em 1928, ela cresceu em Patos de Minas e se formou no Curso Normal como interna no Colégio São Domingos, em Araxá (MG), aos 17 anos.
Com a mesma idade, começou a dar aulas e pegou logo de cara uma turma que era considerada muito complicada, de alunos repetentes que tinham dificuldade para aprender. Com paciência e usando técnicas que aprendeu na formação, ela conseguiu criar um laço com os estudantes, fazendo-os mudar de postura, participar das aulas e aprender.
Essa primeira experiência foi primordial na vida de Lêda. Nos anos seguintes, foi professora da rede estadual e também em colégio particular, casou-se com Rafael Teixeira Vale e se mudou para Uberaba, onde teve seis filhos. Quando eles já estavam crescidos, ela, aos 44 anos, resolveu voltar a estudar para encontrar novas maneiras de ajudar os alunos. Formou-se em psicologia na primeira turma da Uniube (Universidade de Uberaba) e, mais tarde, em pedagogia.
A partir de então, trabalhou na Delegacia Regional de Ensino do Triângulo Mineiro, com atenção voltada para crianças com necessidades especiais. Foi fundadora e diretora do Centro de Orientação e Pesquisa em Educação Especial, ligado à Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais.
Após a aposentadoria, se dedicou ainda mais aos trabalhos voluntários e às iniciativas filantrópicas, cooperando com o Instituto de Cegos do Brasil Central e a Casa de Apoio Oasis. Era a responsável pela organização dos bazares do instituto, da Oasis e da Igreja São Domingos, além de contribuir para a barraca de doces da festa junina da paróquia.
Em reconhecimento às suas ações, recebeu o título de cidadã uberabense da Câmara Municipal. Com orgulho, gostava de dizer que “era uberabense de coração e de ação”.
“Para além de sua dedicação aos trabalhos familiares, profissionais, voluntários e religiosos, Voinha Lêda foi uma mulher que soube muito bem aproveitar a sua vida, era alegre e agregadora, sabia festejar, era amante dos esportes (em especial o vôlei, o tênis e o futebol), do cinema, da boa leitura, das boas receitas de cozinha, gostava de viajar e fazer amizade por onde quer que passasse”, diz trecho da homenagem feita pela família e lida no velório.
Lêda descobriu um câncer já em estado avançado e morreu três meses depois, no dia 28 de dezembro, aos 96 anos.
Ela deixa os seis filhos (Mônica, Marcelo, Maurício, Marilia, Márcia e Maria Zita), seus genros e noras, 12 netos e 11 bisnetos.
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