Em 3 de janeiro de 1962, estreou na extinta TV Tupi “O Vigilante Rodoviário”, a primeira série produzida para a TV na América Latina, tendo como protagonista o inspetor Carlos, vivido na telinha pelo ator Carlos Miranda.
Ao lado de seu parceiro, o fiel pastor-alemão Lobo, ele patrulhava as estradas brasileiras combatendo crimes e ajudando a manter a ordem, a bordo de um Simca Chambord 1959 e de uma motocicleta Harley-Davidson 1952, destacando os valores de justiça, disciplina, bravura e dedicação ao serviço público.
O sucesso foi imediato, tornando Miranda conhecido em todo o país. Ao todo, foram exibidos 38 episódios semanais. Depois, o cineasta Ary Fernandes, que criou a série, também fez um filme com a presença de atores que ficaram conhecidos no futuro, como Ary Fontoura, Rosamaria Murtinho e Juca Chaves. Miranda continuou como o inspetor.
Nascido no bairro da Mooca, na capital paulista, em 1933, Carlos Miranda iniciou sua carreira aos 15 anos como cantor de circo e de parques de diversões. Depois, passou a trabalhar na Companhia Cinematográfica Maristela, no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo, período em que fez o curso de teatro no Sesi.
Sua primeira peça teatral foi “O Ídolo das Meninas”, de Gastão Tojeiro, que foi encenada no então teatro Colombo, no largo da Concórdia, no Brás. Com o fechamento da Maristela, em 1958, Miranda continuou no teatro até ser chamado para representar o inspetor Carlos.
Sua identificação com o personagem foi tão marcante que, após o fim da série, ele foi convidado pelo general João Franco Pontes, então comandante-geral da Força Pública, para integrar a polícia paulista. Isso porque, para estrelar “O Vigilante Rodoviário”, Miranda se formou na escola de policiais rodoviários em Jundiaí (SP). Ele aceitou o convite e seguiu carreira militar durante 25 anos, servindo como um relações públicas da corporação até se aposentar, em 1998, com o posto de tenente-coronel.
Em 2017 a série foi eternizada no acervo do Comando de Policiamento Rodoviário, na capital paulista.
Nos últimos tempos, Miranda participava de exposições de carros antigos com o seu Simca Chambord e se apresentava em festas como símbolo da polícia.
“Meus sentimentos aos familiares e amigos de Carlos Miranda, nosso eterno Vigilante Rodoviário. Depois de viver um policial militar rodoviário na série ‘O Vigilante Rodoviário’, ele se tornou um na vida real, sendo o primeiro ator a levar o ofício de seu personagem para a vida”, diz Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.
Miranda morreu na madrugada desta segunda-feira (17), aos 91 anos, em São João da Boa Vista (SP).
O velório acontece na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), com acesso aberto ao público. O sepultamento ocorrerá às 10h desta terça-feira (18), no mausoléu da Polícia Militar, no Cemitério do Araçá.
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