Com dez anos de atraso, a estação Varginha, do trem metropolitano de São Paulo, foi inaugurada nesta segunda-feira (27) ainda inacabada e em clima semelhante ao de uma campanha eleitoral, com multidão aglomerada, faixas de agradecimento e pessoas com camisetas com nome de vereadores.
A estação, na zona sul da capital paulista, a cerca de 4,5 quilômetros da estação Grajaú, faz parte da linha 9-esmeralda, administrada pela ViaMobilidade.
Apesar de entrar no pacote da concessionária, a obra foi construída pelo governo estadual, ao custo de R$ 153,6 milhões. Os recursos são estaduais e federais.
Quando estiver em operação plena, 50 mil pessoas devem passar por dia pelo local.
A comunicação visual, como placas informativas, tem as cores vermelha e branca da estatal CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o que a ViaMobilidade vai mudar para verde.
O início das operações será em horário reduzido, das 10h às 14h.
A operação assistida terá ao menos 90 dias de duração e a ideia é que o horário de funcionamento aumente progressivamente.
Durante o período não será cobrado embarque, mas o passageiro terá descer na estação seguinte, Bruno Covas-Mendes/Vila Natal, pagar tarifa de R$ 5,20 e trocar de trem para seguir viagem.
A passagem na estação Varginha será cobrada normalmente ao fim da operação assistida.
O terminal de ônibus, do município, que será integrado à estação de trem, entretanto, está em obras e só deve ser entregue em 2026, segundo disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Sem o terminal ao lado é preciso caminhar cerca de 1 km do atual terminal Varginha, também do município, afirmou a doméstica Clarice de Lourdes, 55. “Vai ficar bom, mas precisa acabar a obras”, disse ela, que chegou cedo para acompanhar a inauguração, mas foi proibida de entrar na estação —o acesso ao público começa nesta terça (28).
Uma passarela do lado sentido bairro da avenida Natália Pereira da Silva está pela metade e em obras. O local também não conta ainda com bicicletário.
Em pronunciamento durante a cerimônia, que entre outros políticos contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicano) e o ministro das Cidades, Jader Filho, Nunes admitiu que o extremo sul é a região com maior dificuldade de mobilidade do município.
“É importante conseguir locomover as pessoas para o centro”, disse.
A estação Varginha foi prometida inicialmente para o primeiro semestre de 2015. Tarcísio afirmou que no início houve problemas no contrato e que ao longo do tempo faltou recurso. Problemas técnicos de eletrificação também atrasaram a obra.
O governador afirmou que na última sexta (24) o governo deu início a um estudo de viabilidade para extensão da linha até Parelheiros, também no extremo sul paulista.