Promotoria denunciam policiais e membros do PCC – 21/02/2025 – Cotidiano

O Ministério Público de São Paulo denunciou um grupo de 12 pessoas sob acusação de lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva, na noite desta sexta-feira (21). Os promotores do Gaeco, grupo de combate ao crime organizado, pedem, além das condenações, o confisco de R$ 40 milhões.

Entre os acusados estão policiais civis e o grupo criminoso ligado ao assassinato do empresário e delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no ano passado.

São citados nomes como os delegados Fábio Baena Martin e Alberto Pereira Matheus Junior, e os policiais Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Roberto Ruggieri, Valmir Pinheiro e Valdenir Paulo de Almeida. Parte deles foi alvo delação premiada de Gritzbach, que poucos dias antes de morrer havia dado um depoimento em que afirmava que era alvo de extorsão dos policiais.

Os policiais são alvo de investigação paralela da Polícia Civil por suspeita de participação no assassinato e já estão presos. Além deles há também nomes como advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude, e Robinson Granger de Moura, o Molly.

Mude é sócio da UPBus, empresa de ônibus que foi alvo da operação Fim da Linha, que investigava a relação entre concessionárias do transporte de ônibus municipal e o PCC. Advogados de Gritzbach afirmam que ele teria oferecido R$ 3 milhões pela cabeça do delator. O delator teria gravado um telefonema de Hassan a um policial, em que oferece o pagamento.

Molly é apontado pelas investigações de ter sido responsável por apresentar Gritzbach a integrantes do PCC.

“Segundo apurado, as condutas imputadas aos denunciados estão inseridas no contexto das atividades ilícitas da organização criminosa denominada PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL [PCC], notadamente no bairro da Zona Leste do município de São Paulo [o Tatuapé], para a lavagem de capitais do produto e proveito do crime de tráfico de drogas e outros crimes correlatos praticados pelos seus integrantes”, diz a denúncia, assinada por cinco promotores do Gaeco.

Apesar de ser concentrada no núcleo acusado denunciado por Gritzbach, os promotores também afirmam que ele “exerceu papel estruturante na construção e funcionamento de um sofisticado esquema financeiro ilícito”.

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