Um turista de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, foi atacado por piranhas na represa do Broa, em Itirapina, interior de São Paulo, no último sábado (8). Ele é a oitava vítima desse tipo de ataque em 15 dias.
“Eu tava tomando banho aqui, tranquilo, senti uma beliscada no dedo, fui ver, era piranha. Ouvi rumores [de que tinham ataques], mas sou de Campo Grande, sempre tomo banho em rio lá onde tem piranha, nunca rolou ataque. Achei duvidoso. Viemos e constatamos”, disse o gesseiro Izaías dos Santos, em entrevista à EPTV. Ele teve ferimentos no pé esquerdo.
Segundo a prefeitura, os ataques começaram no final de semana 25 e 26 de janeiro.
Desde o final de janeiro, a prefeitura publicou decreto que proíbe a presença de banhistas e impõe restrições às atividades aquáticas na represa.
Além disso, a Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente oficiou especialistas e órgãos ambientais em busca de orientações e soluções. Entre eles, a Cetesb, a APA (Área de Proteção Ambiental) Cuesta Corumbataí, o Comitê de Bacias Hidrográficas, a SP Águas (Agência de Águas do Estado de São Paulo) e o Ibama (órgão federal de meio ambiente).
O Ibama protocolou um pedido para análise sobre espécies invasoras, enquanto a SP Águas aguarda manifestação da Diretoria de Bacia do Médio Tietê. Especialistas como os professores Alberto Carvalho Peret, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Ricardo Jucá Chagas, da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) recomendaram a realização de estudos e monitoramento para obter informações precisas sobre o ecossistema local.
Em uma reunião na última terça-feira (4), representantes da Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente, da Apib (Associação de Moradores e Proprietários de Imóveis no Broa) e um biólogo especialista definiram três frentes principais de atuação.
Uma delas é o monitoramento das espécies na represa, coletando dados sobre as frequências das espécies presentes no ecossistema. Outra seria a regulamentação da pesca, com a elaboração de uma lei municipal específica. Por fim, a realização de um campeonato de pesca de piranhas, organizado pela Apib, seguindo todas as regulamentações ambientais pertinentes ao período da Piracema.