O temporal que atingiu a cidade de São Paulo na sexta-feira (24), que alagou ruas e até uma estação da linha 1-azul do metrô, pode se repetir neste sábado (25).
Segundo a Climatempo, a temperatura máxima na cidade, que completa 471 anos neste sábado, pode chegar aos 33ºC. O grande calor e a umidade do ar dão as condições para nuvens carregadas sobre a região, trazendo a possibilidade de novos temporais com potencial de gerar alagamentos, enxurradas e falta de energia.
A previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo também alerta para chuvas fortes. Segundo o centro, os temporais podem ocorrer já nas primeiras horas da tarde.
De acordo com o CGE da prefeitura, o temporal da sexta deixou o solo encharcado, o que favorece a formação de novos alagamentos, transbordamento de rios e córregos, enxurradas, quedas de árvores e deslizamentos.
O tenente Maxwel de Souza, da Defesa Civil do Estado de São Paulo, disse, em entrevista à Record News na sexta, que o temporal previsto para a cidade neste sábado pode ser semelhante ao de sexta.
“A partir do domingo [26] até a terça-feira [28], o cenário piora um pouco. As chuvas vão ficar constantes, mais persistentes, o que aumenta o risco para ocorrências graves na grande São Paulo”, afirmou.
O alerta serve para litoral, Campinas, Sorocaba, vale do Paraíba e vale do Ribeira, segundo o tenente.
O temporal que chegou à cidade na tarde da sexta foi classificado pela Climatempo como o mais intenso, em 24 horas, desde 1988.
Um levantamento do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do estado de São Paulo, feito com dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), aponta que o volume de chuva na estação do Mirante de Santana, zona norte de São Paulo, das 15h às 16h na sexta, foi a maior quantidade de chuva da história já registrada no intervalo de uma hora. Foram 82 mm anotados no período.
Os dados mostram ainda que a sexta foi o dia com o terceiro maior volume de chuva (125,4 mm) segundo a série histórica da estação. Os dias com maiores quantidades de chuva foram 21 de dezembro de 1988 (151,8 mm) e 25 de maio de 2005 (140,4 mm).
Pela primeira vez, a Defesa Civil emitiu um alerta severo de tempestade por meio da tecnologia CellBroadCast, recebido por todos os celulares que usam tecnologia 5G ou 4G.
Ruas e avenidas ficaram alagadas, com enxurradas que arrastaram carros. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 18h, a lentidão no trânsito chegou a 1.062 km.
Foi a primeira vez que o índice ultrapassou a marca de 1.000 km desde 20 de dezembro do ano passado, às vésperas do Natal, quando a marca chegou a 1.032 km, às 17h30.
A estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna, da linha 1-azul do metrô, ficou alagada. Usuários que estavam no local, na zona norte, gravaram vídeos com celular que mostraram escadas rolantes transformadas em cachoeira por causa da força das águas.
A circulação dos trens da linha 1 entre as estações Santana e Tucuruvi está interrompida desde a tarde da sexta. De acordo com nota do Metrô, a estação Jardim São Paulo está fechada para limpeza. “Equipes de manutenção trabalham na drenagem da água na via e no restabelecimento dos equipamentos”, diz o comunicado.
Ainda não há previsão de normalização no trecho, segundo a assessoria de imprensa do Metrô. O transporte entre as estações é feito pelos ônibus gratuitos do sistema Pese.
O trajeto entre as estações Jabaquara e Santana, na linha 1, e a operação nas demais linhas e estações do Metrô e da CPTM têm funcionamento normal no início da tarde deste sábado.
O fornecimento de energia também foi afetado pelo temporal. Segundo a Enel, 179 mil clientes tiveram queda de luz. Às 7h30 da manhã deste sábado, a empresa informou que o serviço havia sido normalizado para 85% dos clientes atingidos; 34 mil permaneciam sem eletricidade.