Taboão: não há provas de que ex-prefeito sabia de atentado – 17/02/2025 – Cotidiano

Ainda não há provas de que o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio da Silva (Podemos), 72, sabia do plano de forjar um atentado contra ele, afirma a Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo. Aprígio foi baleado no dia 18 de outubro, em meio às eleições.

A polícia afirma que o caso foi arquitetado para que Aprígio conseguisse destaque e, consequentemente, a reeleição.

Em entrevista para jornalistas, nesta segunda-feira (17), representantes da Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo afirmaram que a hipótese de fraude teve início a partir de uma delação premiada.

O delegado Hélio Bressan, à frente da Seccional de Taboão da Serra, depois desse depoimento uma série de indícios levantaram a hipótese de que o caso se tratava de uma fraude. Entre eles, o fato de que, no dia do atentado, Aprigio esteve por diversas vezes em locais abertos.

Segundo ele, não faz sentido que os criminosos tenham esperado até o momento que o ex-prefeito estivesse dentro do carro para cometer o crime.

A polícia e a promotoria deflagraram a Operação Fato Oculto, na manhã desta segunda, para cumprir dois mandados de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão. A defesa de Aprígio nega as acusações e diz que ele é inocente.

A polícia afirma que, até o momento, não há provas concretas de que o ex-prefeito soubesse da fraude. Também afirma que não há provas de que às pessoas que estavam dentro do carro soubessem da fraude.

Porém, cita que o comportamento delas é estranho. Isso porque, logo após a troca de tiros, a equipe de Aprigio passou a filmar os ferimentos do político.

A operação da Polícia Civil e do Ministério Público prendeu temporariamente duas pessoas, incluindo o irmão de Aprígio. Outros dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã.

No dia do crime, foi usado fuzil AK-47 e a polícia acredita que o armamento foi escolhido para tornar o crime mais crível. Também afirmam que a delação premiada apontou que, ao todo, os criminosos teriam recebido R$ 500 mil de recompensa, porém o valor ainda está sob investigação.

Os agentes cumpriram mandados na casa de três ex-secretários municipais: José Vanderlei Santos, ex-secretário de Transportes, Ricardo Rezende Garcia, ex-secretário de Obras e Valdemar Aprígio, ex-secretário e irmão do ex-prefeito, que foi preso preventivamente por portar uma arma sem documentação.

As defesas dos secretários não foram localizadas até a publicação deste texto.

A investigação aponta que os secretários do ex-prefeito fizeram contato com dois homens, Anderson da Silva Moura e Clovis Reis de Oliveira, para a realização do atentado.

O advogado de Anderson, Ramalho Nolasco, esteve na delegacia nesta segunda para prestar esclarecimentos.

Ele afirma que o cliente não tem nenhuma relação com o caso, nem com os secretários e nem com o ex-prefeito. Clovis está foragido. O filho dele foi encontrado na casa de Clovis e encaminhado para a delegacia.

Após as buscas e apreensões, foram coletados armas, munições, celulares e computadores dos investigados.

Uma delas também aconteceu na casa do ex-prefeito, que foi encontrado R$ 320 mil em espécie.

Por meio de nota, a defesa do ex-prefeito afirma que ele surpreendido na manhã desta segunda com o desdobramento das investigações envolvendo a tentativa de homicídio que sofrera durante as eleições municipais de 2024.

“José Aprígio é vítima”, afirma o advogado Allan Mohamed. “Ele sofreu um tiro com armamento pesado em outubro de 2024 que, por sorte, não ceifou a sua vida.”

Em relação ao dinheiro apreendido, esclarece que trata-se de quantia devidamente declarada em seu imposto de renda, e, portanto, de origem lícita.

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