Uso de Uber, 99 e táxi aumenta 137% na Grande SP – 11/02/2025 – Cotidiano

O uso dos serviços de táxi e de carona por aplicativos, como Uber e 99, aumentou 137% na região metropolitana de São Paulo num período de seis anos. Essa é a principal explicação para o fato de o transporte individual —por meio de carros e motos, por exemplo— ter superado o sistema coletivo, segundo a pesquisa Origem e Destino, a OD, do Metrô SP.

De 2017 a 2023, o número de viagens nessa modalidade subiu de 468 mil para 1,1 milhão em toda a Grande São Paulo. Assim, corridas em táxis e carros de aplicativo superaram os deslocamentos por meio dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) —que tiveram queda de 13% no período e chegaram a 1 milhão de viagens no ano retrasado.

Enquanto a quantidade de deslocamentos caiu como um todo na região, apenas táxis, carros de aplicativo e motocicletas tiveram aumento no número absoluto de viagens. Se as corridas pagas em automóveis mais do que dobraram na comparação com 2017, as viagens de moto aumentaram 15% —a pesquisa não conta deslocamentos de motoboys em serviço na entrega de cargas.

O uso de táxis e aplicativos de carona aumentou em todas as áreas da região metropolitana e em todas as faixas de renda da população. O aumento foi mais expressivo, porém, entre as famílias que ganhavam até R$ 5.280, equivalente a quatro salários mínimos no ano de 2023.

Entre aquelas com renda até dois salários mínimos (R$ 2.640 à época), o aumento foi de 166%. Em 2017, essas famílias faziam 53 mil viagens por aplicativos como Uber ou por táxi, e no ano retrasado passaram a fazer 141 mil viagens do tipo.

Já aquelas que ganhavam entre dois e quatro salários passaram a fazer 375 mil dessas viagens por dia, um aumento de 164% em seis anos. Isso fez com que essa faixa de renda se tornasse aquela que mais utiliza o serviço de aplicativo de carona e táxi, superando as famílias que ganhavam de quatro a oito salários mínimos.

O crescimento do uso do transporte individual em detrimento dos sistemas ônibus, trem e metrô está na contramão do investimento público e das recomendações de estudiosos da mobilidade. Há reflexos negativos na qualidade do ar e na piora do próprio trânsito —e a pesquisa OD verificou que o tempo médio de deslocamento por transporte individual aumentou de 26 para 28 minutos.

Nos municípios do norte da região metropolitana —Cajamar, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Mairiporã—, o aumento no uso de carros de aplicativo e táxis foi maior do que a média. Juntas, essas cidades tiveram uma alta de 700% no número de viagens desse tipo. Ao mesmo tempo, houve uma queda de 7,6% nas viagens por transporte coletivo.

A parte norte da região metropolitana é uma das poucas que teve mais viagens motorizadas em 2023 do que seis anos antes. Foram mais de 600 mil deslocamentos diários desse tipo, com aumento de 25%.

Nos municípios do leste da região, que abrange a maior parte do Alto Tietê, houve aumento de 7% nos deslocamentos motorizados, e todas as demais regiões tiveram queda no número de viagens. Na parte norte da Grande São Paulo, a pesquisa também captou um aumento no nível de renda da população, e atribuiu essa mudança à “instalação de galpões logísticos de última milha na região, atendendo a grandes empresas de e-commerce”.

O número de viagens diárias foi estimado pela pesquisa do Metrô com base em entrevistas com moradores de 32 mil domicílios na região. Os entrevistados respondiam sobre todos os deslocamentos que haviam feito no dia anterior à entrevista. Maior pesquisa de mobilidade do país, a Origem Destino foi a campo entre agosto de 2023 a maio de 2024.

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