XP começa a cobrir Mercado Livre com ‘compra’ e preço-alvo de US$ 2.500

A XP iniciou a cobertura do Mercado Livre com recomendação de compra com preço-alvo de US$ 2.500 por ação — um upside potencial de 19% sobre o fechamento de hoje, de US$ 2.106.

O time liderado por Danniela Eiger disse que o histórico da empresa de antecipar tendências deve ajudar no aumento de sua penetração no ecommerce e em serviços financeiros, bem como ajudar a destravar novas avenidas de crescimento, como o Meli Ads, a plataforma de publicidade da companhia.

A XP disse reconhecer as incertezas macro que cercam as principais geografias de negócios do Mercado Livre — Brasil, México e Argentina.

As duas primeiras economias devem recuar no curto prazo e, ainda que a terceira avance, há incertezas em relação ao ritmo de recuperação e à dinâmica cambial.

A corretora entende, no entanto, que o posicionamento do MELI — incluindo produtos existentes e avenidas de crescimento — é suficiente para se animar com a ação.

No ecommerce, o segmento em que o Mercado Livre já é líder na América Latina, a XP acredita que o bolo todo deve crescer — a modalidade tem penetração de 14% na região, contra 28% nos EUA e 36% na China — e que a companhia deve liderar o movimento.

Segundo os analistas, o crescimento deve ocorrer especificamente em alimentos, onde a empresa tem boa capilarização para entregas mas precisa melhorar em termos de preço; em vestuário, onde o MELI tem bons preços e crédito e trabalha para evoluir em mix de produtos e user experience.

O investimento em logística deve continuar.

Entre as principais concorrentes, a XP diz que está de olho na Shopee, na Amazon e na TikTok Shops, que estreia no País em abril.

O segmento de serviços financeiros também deve continuar gerando retornos para o Mercado Livre, dado que o nível de bancarização segue baixo na América Latina. 

A XP enxerga uma grande oportunidade de expansão do Mercado Pago especialmente no México, onde cerca de 50% da população ainda não possui conta bancária. No médio prazo, a tendência é que haja competição com o Nubank pela liderança do mercado.

Dada a importância cada vez maior nos resultados da empresa, os analistas esperam que o Mercado Livre siga investindo na fintech e em seu portfólio de crédito — o que pode pressionar as margens no curto prazo.

Outra área promissora que pode (e deve) receber mais aportes, segundo a XP, é a de anúncios, conforme os consumidores pesquisam cada vez mais antes de comprar e usam os marketplaces como sites de busca. 

Diante de tantos focos de investimento, a XP espera que o lucro líquido do Mercado Livre seja de 5% a 10% menor do que o consenso aponta para 2025 e 2026. No entanto, os analistas entendem que os custos se pagarão à frente.

Para chegar ao preço-alvo, o banco estimou uma taxa de crescimento de longo prazo de 6%, um custo médio ponderado de capital de 12,1% e uma margem EBIT de longo prazo de cerca de 17%. 

A empresa vale US$ 107 bilhões na Bolsa.




Matheus Prado




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